sábado, 22 de novembro de 2008

Era uma vez um coração

Era uma vez um coração no qual cabia o mundo...
Era grande aquele coração.
A grandeza de um coração mede-se pela sua capacidade de amar.
Eporque os corações assim sabem muito bem qual é a verdade do amor, eles descobrem que o amor nos arregaça as mangas e molda opções e atitudes.
Estes corações sabem que o amor não é simplesmente um sentimento, mas significa optar em função de alguém. Os sentimentos vão-se embora com a mesma ligeireza com que na maior parte das vezes vieram, e deixam-nos com as mãos cheias de nada.
O amor... esse não vai e vem como as marés altas e baixas da vida...pelo menos, não este amordos corações grandes!
Este amor não se deixa derrotar pelas rajadas fortes do inverno nem se deixa adormecer na preguiça quente da brisa do verão. Este amor é fiel, firme e permanente, capaz de não encalhar na maré baixa nem perder o pé na maré alta.
Sim, há corações capazes de amar assim...ainda se vão encontrando alguns.

Mas era uma vez um coração especial...amava assim como nenhum outro!
Um coração que desbordava fidelidade, verdade e coragem.
Um coração que semeava em todos os corações disponiveis que encontrava palavras de vida nova e segredos de libertação.
Um coração que curava outros corações e punha a bater a ritmos novos, antes inimagináveis.

O coração é a fonte das nossas opções.
É no coração que a vida se pesa e os acontecimentos nos alegram ou nos ferem.
O coração é a intimidade da pessoa em construção.
É o "eu profundo" onde a vida humana tem fome de sentido e se decide a lutar por ele. Ou não... é que tambem há corações preguiçosos e temerosos...

Mas era uma vez um coração que não era nada disto. era tão diferente que até lhe chamaram "sagrado". E assim ficou conhecido, como o "sagrado coração"...
Sim, porque de verdade era um coração ao jeito de Deus. Porque nos seus gestos, palavras e atitudes, revelava-se a verdade de Deus a acontecer na história do homens.
E revelava-se tambem pela beleza que todos os corações humanos estão chamados a alcançar quando se deixam ser verdadeiramente à " imagem e semelhança" daquele coração...

Era uma vez um homem que se vhamava Jesus, e que tinha um "sagrado coração", um coração segundo a vontade de Deus.
Jesus nunca nos disse mais do seu coração do que isto"Eu sou manso e humilde de coração". Mas nas suas opções revelou-nos mais: optou pelo camijnho da partilha, a favor dos pobres; optou pela recriação do coração das prostitutas; optou pela ternura dos simples; optou pela libertação dos oprimidos e pela libertação dos marginalizados...
Optou por aqueles que só podem caber num coração sem limites como o seu, com um amor tão incondicional e livre como o seu...

2 comentários:

silvino disse...

brutal^^ (isto é um elogio, dos grandes)

noctivaga disse...

Obrigada Silvino. Pena que não existam muitos corações destes. O mundo seria muito melhor...mais fácil de habitar.